a02d8492-61cb-4a1d-aedb-206c10e2ae7d

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, reconheceu esta quinta-feira, em Washington, DC, os esforços do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, para a pacificação da Região dos Grandes Lagos.

Ao intervir na abertura das conversações entre os dois líderes, o estadista norte-americano agradeceu João  Lourenço pelo seu empenho particular na pacificação da República Democrática do Congo.

João Lourenço foi designado “Campeão da Paz Reconciliação", pela União Africana, devido ao seu engajamento para a pacificação do continente, sobretudo no âmbito da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRG) e outras zonas.

Nos últimos anos, o Chefe de Estado angolano tem tido forte intervenção em encontros multilaterais, onde defende a adopção de medidas pacíficas para resolver os diferentes conflitos em África e no mundo.

O estadista angolano tem vindo a propor, essencialmente, o diálogo como a via mais ajustada para pôr fim às guerras e outros tipos de conflitos em África e noutros quadrantes do mundo, em particular na Ucrânia e na Palestina.

Entretanto, na sua abordagem, Joe Biden falou dos vários investimentos do seu país em Angola, em particular, e no continente africano, em geral, tendo reafirmado  que os EUA estão comprometidos com o futuro do continente.

A deslocação de João Lourenço a Washington, D.C., ocorre no quadro da comemoração dos 30 anos de relações diplomáticas entre Angola e os EUA, formizadas em 1993, pelo então Presidente norte-americano Bill Clinton.

Esta formalização pôs fim a uma fase de tensões políticas e de confrontação indireta, iniciada logo depois de Angola tornar-se independente, em 1975, como resultado da Guerra Fria que opunha a ex-URSS e os EUA.

Só em 1993, durante a presidência de Bill Clinton, foi possível normalizar a situação e estabelecer relações diplomáticas formais, que têm atingido novos patamares nos últimos anos, aproximando os dois países e povos.

Em três décadas, os dois Estados aprofundaram o intercâmbio, com visitas regulares de autoridades, empresários e outros actores, o que tem permitido partilhar experiências em vários domínios.

Actualmente, Angola é o terceiro maior parceiro comercial dos EUA na África Subsaariana, tendo o petróleo como um dos principais activos dessa parceria estratégica.

Além do sector petrolífero, a cooperação bilateral aumentou nos últimos anos, especialmente, na área da diplomacia comercial, o que permitiu aprovar vários projectos.

Na área de energia renovável, por exemplo, foi aprovado um financiamento de USD 900 milhões, no quadro dos projectos desenvolvidos pela companhia americana Sun África.

Na área de infra-estruturas, foi aprovado, este ano, USD 363 milhões para a companhia americana Acro Briz, que vai construir pontes metálicas em 18 províncias de Angola.

No Corredor do Lobito (província de Benguela), o Governo dos EUA conta investir USD 250 milhões, havendo ainda vários outros projectos ligados à área da digitalização.

Nesse segmento, existe uma cooperação com a companhia Africell, para a digitalização do dinheiro, no âmbito de um programa denominado ‘Dinheiro digital é melhor’, com um investimento de cinco milhões de dólares.

Outro investimento em curso em Angola está virado para a área do ambiente, sendo que os EUA estão a investir, no Delta de Okavango, cerca de USD 7,5 milhões.

Na área da segurança, foi rubricado, recentemente, um memorando de entendimento sobre como podemos fortalecer essa relação, tanto no sector da segurança marítima, quanto no sector de equipamentos.