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No comunicado final da XI Cimeira Extraordinária da CIRGL, os Estadistas ou seus representantes consideram urgente melhorar a coordenação e operacionalização do mecanismo para monitorar e avaliar a implementação do cessar-fogo e a retirada do M23 dos territórios ocupados.

No documento lido pelo ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, os participantes expressaram solidariedade às vítimas dos conflitos nos dois países e reafirmaram o apoio à revitalização do Acordo Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação para a Região dos Grandes Lagos.

Relativamente à RDC, as partes foram encorajadas a empenharem-se na implementação dos entendimentos de Luanda e de Nairobi e exigiram o M23 a priorizar o processo de acantonamento.

O encontro reconhece a redução da violência armada contra a população do Leste da RDC, particularmente, no Kivu Norte, após desdobramento da força regional da África Oriental, mas considera necessário “fazer-se mais” para uma paz duradoura na região.

No comunicado, os participantes condenaram qualquer tentativa do M23 e de outros grupos armados  reforçarem-se para relançar as hostilidades nas zonas ocupadas, apelando ao abandono urgente das armas, bem como ao repatriamento incondicional dos "bandos estrangeiros".

As delegações saudaram a iniciativa de Angola em desdobrar um contingente militar com o objectivo de garantir a segurança nas áreas de acantonamento do M23 e apoiar as actividades do mecanismo de verificação ad- hoc.

O encontro encorajou o Governo da RDC a acelerar a implementação do processo de desarmamento, desmobilização, reintegração comunitária e estabilização, condição essencial para a resolução do conflito no Leste da RDC.

A Cimeira sublinhou a necessidade da reactivação do programa humanitário dirigido às populações deslocadas, para as zonas de origem e permitir o registo da população votante nos territórios previamente ocupados pelo M23.

Apelou para a reabertura das vias de acesso para facilitar a assistência humanitária às populações deslocadas internamente.

Os ministros responsáveis pela diplomacia de Angola, RDC, Rwanda e Burundi, apoiados pelo mecanismo de verificação ad-hoc, foram orientados a reunirem-se periodicamente, para avaliação conjunta do processo e do progresso na implementação dos compromissos do roteiro de Luanda e do Plano de acção conjunto para a pacificação do Leste da RDC e a normalização das relações político-diplomáticas com o Rwanda.

O comunicado refere que a cimeira saudou a decisão da SADC de enviar uma força de intervenção como uma resposta regional para apoiar os esforços para a paz e segurança no leste da RDC.

Quanto ao Sudão, a reunião apelou à reactivação do processo de paz com vista a busca de uma solução duradoura do conflito e apoiar a transição democrática e inclusiva, por reconhecer não haver solução militar para a crise.

A cimeira apelou à comunidade internacional a providenciar assistência necessária às populações do Leste da RDC e no Sudão, bem como propuseram-se em continuar a monitorar a situação nos dois países

Os participantes felicitaram o Estadista angolano pelo empenho na busca pela paz e estabilidade para o continente.

A declaração lida pelo ministro Téte António indica que Angola deverá acolher, em data ainda a indicar, uma cimeira entre CIRGL, SADC, CEEAC e a Comunidade de Estados da África Oriental, com a participação da ONU.

O referido encontro deverá ter a coordenação da União Africana (UA). No foco da iniciativa está a melhoria da coordenação dos esforços de pacificação do continente.

A cimeira, que contou com a participação de Chefes de Estados ou seus representantes da CIRGL, decorreu sob o lema “Por uma região dos Grandes Lagos estável, rumo ao desenvolvimento sustentável”.

Criada em 1994,  após os conflitos políticos e militares que marcaram a Região dos Grandes Lagos, no início da década de 1990, a CIRGL congrega Angola, Burundi, as repúblicas Centro-Africana e Democrática do Congo, bem como o Congo, Quénia, Uganda, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.