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Os presidentes da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, estão reunidos nesta quarta-feira(06), em Luanda, sob mediação do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, num encontro que visa solucionar o conflito armado no leste da RDC.

As relações entre os dois países vizinhos complicaram-se desde que a RDC recebeu, na parte leste, hutus ruandeses acusados de participar do genocídio de tutsis em 1994.

Em Março do ano em curso (2022), a RDC acusou o governo do Ruanda de enviar militares das forças especiais para o território congolês.

A actual escalada da tensão deve-se ao ressurgimento do grupo M23 (Movimento 23 de Março), milícia armada que em 2012 fez oposição ao governo congolês e gerou um violento conflito que forçou o deslocamento de milhares de pessoas na província do Kivu Norte.

No final do mesmo ano (2012), o M23 assumiu o controlo de Goma, mas recuou depois de o governo congolês aceitar abrir negociações.

O M23 era inicialmente uma milícia formada por tutsis da RDC e, alegadamente, apoiada pelos governos de Ruanda e Uganda. Em 23 de Março de 2009, a milícia assinou um acordo de paz com o governo congolês que culminou com a incorporação dos seus membros no exército da RDC.

Entretanto, em 2012, os rebeldes se reergueram contra o governo da RDC, acusado de não cumprir a sua parte no acordo assinado três anos antes. Nasceu, assim, o M23, em referência à data em que foi firmado o controverso pacto.

A tensão entre a milícia e o exército chegou ao ápice em Novembro de 2012, quando o M23 assumiu o comando da região de Goma (RDC).